Sumário
Descobrir Bariloche no inverno é uma experiência verdadeiramente mágica! Cada canto se transforma em um convite para novas aventuras, desde as trilhas nevadas até os lagos congelados. Mas existem alguns lugares incríveis que ‘fogem’ um pouco da rota convencional dos turistas e que você realmente precisa conhecer.
A sensação de explorar lugares que poucos conhecem, cobertos pela neve e montanhas de tirar o fôlego, é única! A cada curva da estrada, os arredores de Bariloche revelam sua essência, nos cativando a buscar as belezas e mais aventuras para contar.
Em junho de 2024, fomos até Bariloche para realizar a campanha da Fiero. Entre uma pausa e outra, decidimos desbravar mais lugares perto de Bariloche. E foi incrível!
Esse espírito explorador nos inspira a buscar mais lugares que fazem parte do ecossistema Fiero, criando mais conexões sobre experiências de inverno. Por isso, confira o nosso roteiro de 2 dias em lugares perto de Bariloche, incluindo Paso de Córdoba, El Bolsón, Villa la Angostura e Villa Traful.
Vamos lá?
Roteiro 1º dia
Para chegar até o Paso de Córdoba, a estrada por si só já é muito bonita e encantadora. A paisagem tem formação geográfica de estepes, então é mais seca em tons marrons e alaranjados. Levamos quase 2 horas desde o centro de Bariloche até a entrada do caminho.
É um passeio mais explorador, recomendamos que aproveite a viagem e não necessariamente a chegada. A principal questão é aproveitar e desfrutar a paisagem do percurso, até porque não chegamos no ponto final hahaha, mas já contarei sobre isso.
Como chegar em Paso de Córdoba?
Partimos de Bariloche pela Ruta 40, mesma estrada que leva a Villa La Angostura e San Martin de Los Andes. Por indicação de um amigo nativo barilochense, seguimos a esquerda no entroncamento pela RN 237 em direção a Piedra del Aguilla. Segue:
Cerca de 50km após esse entroncamento, logo após a ponte sobre o rio Traful, terá uma placa indicando a entrada ao Paso de Córdoba, à esquerda, mão contrária da direção que estávamos indo. Segue:
O passeio se inicia por uma estrada de chão que costeia o rio Traful. Nele você passará por paisagens belíssimas, majoritariamente uma vegetação nativa com um pequeno caminho para a passagem de veículos.
Dicas de segurança para dirigir em Paso de Córdoba
Alguns trechos estavam alagados, então recomendamos que faça o trajeto com veículos mais altos e preferencialmente 4×4. O trajeto não é asfaltado e em muitos pontos é possível passar apenas um carro por vez.
Na ida só estávamos nós, mas quando estávamos retornando cruzamos por outra camionete de argentinos que faria a travessia até San Martin de Los Andes. Essa era nossa ideia também, mas devido à neve na subida do morro a camionete começou a derrapar (mesmo com o bloqueio do diferencial e caixa reduzida ativados).
Por questões de segurança, optamos por retornar à estrada principal. Gostamos de explorar e nos aventurar em locais não tão turísticos, mas a segurança é premissa básica e sempre deve ser considerada primeiro.
Estávamos em um local que não conhecíamos, sem sinal de internet ou telefonia, com um carro alugado que não estava com os pneus adequados para o nosso passeio e nem tinha equipamentos como cordas ou correntes para neve ou eventual atolamento.
Retomamos para a estrada principal e recalculamos a rota.
Como chegar até a Villa Traful?
Saindo da estrada de Paso de Córdoba, a menos de 1km avistamos uma placa que indicava para uma estrada de terra que informava 35km para Villa Traful. Não pensamos duas vezes e seguimos nessa direção.
O caminho foi bem mais tranquilo que o Paso de Córdoba, uma estrada de chão mais plana que costeava a outra margem do rio Traful que, posteriormente, se transforma no lago de mesmo nome.
Desfrutamos das paisagens da natureza com montanhas ao fundo e paramos no Mirador del Lago Traful, uma vista exuberante do lago azul com as montanhas com neve ao redor, apenas um pouco do que estava por vir.
Após a descida do morro do mirante, logo chegamos em Villa Traful. Nesse trajeto de 35km, levamos aproximadamente 1 hora para realizá-lo, dado que é todo por estrada de chão batido e com muitos aclives e declives, o que impossibilita uma maior velocidade.
Onde comer em Villa Traful?
Demos uma volta na vila, que realmente é pequena e charmosa como falam, e escolhemos nosso restaurante para almoçar. Optamos pelo Restaurante Carancho, e foi uma ótima escolha!
Sua construção é toda de madeira o que ajuda no aquecimento (além da lareira, é claro!), mas mantém o ar rústico da vila. O cardápio possui algumas opções como pizzas, hambúrgueres, sanduíches, trutas e as famosas milanesas.
Como é Villa Traful?
Depois de almoçar, exploramos a pequena vila de paisagens naturais indescritíveis. Villa Traful é um pequeno povoado com cerca de 500 habitantes! Está localizada dentro do Parque Nacional Nahuel Huapi, às margens do Lago Traful que dá nome a cidade. Distante cerca de 100km de Bariloche e 60km de Villa La Angostura (spoiler: nosso próximo destino).
O vilarejo é rodeado pela natureza, no verão é possível fazer trilhas, cavalgadas, rafting; no inverno é um local de calmaria e contemplação.
Seguimos viagem na continuação da estrada que entramos em Villa Traful em direção oposta rumo a Villa La Angostura. No caminho pegamos uma parte da Rota dos 7 Lagos e podemos desfrutar os mirantes e vistas exuberantes do Lago Correntoso e Lago Espejo.
Experiência na Villa La Angostura
Chegamos em Villa La Angostura cerca de 2 horas após sairmos de Villa Traful, viagem tranquila e com paradas para observação da paisagem.
Nosso primeiro destino na cidade foi a Laguna Verde. Trata-se de uma reserva natural que possui uma passarela de madeira que rodeia toda a laguna e o bosque. É um caminho fácil e possível de ser realizado em qualquer idade.
No local é possível observar diversas árvores como ciprestes, coihues (espécie típica da Patagônia), espinheiro azul, palmerilhas e outras espécies, incluindo o “Arrayán del amor” (a união de um cipreste e uma murta), além de aves da região. Tudo é muito organizado e sinalizado, contudo não encontramos um responsável pela área, bem como banheiros ou loja de conveniência.
As bahias de Villa La Angostura
Na sequência, seguimos em direção à popularmente conhecida como Bahía Mansa, cujo nome oficial é Bahía de San Patricio: uma praia tranquila e de água cristalina com vista para as montanhas. Seguindo algumas quadras a pé, do outro lado está a Bahía Brava. Como o próprio nome indica, possui mais ondas do que a primeira, já que é aberta ao lago.
Ambas possuem trapiches de onde saem e chegam passeios de barcos para o Parque Nacional Los Arrayanes e para percorrer o lago Nahuel Huapi. Aproveitamos para passear por algumas lojas de comerciantes locais e artesanato da região.
Não chegamos a passar por lá, mas do outro lado da bahia está Puerto Manzano, um bairro às margens do rio e das montanhas nevadas. Este é um dos bairros mais conhecidos pelos turistas que optam por hospedar-se em Villa La Angostura. Nele estão as melhores opções de hotéis, cabanas e resorts da região.
Um bairro clássico cujas construções arquitetônicas se destacam também por sua beleza, muitas datam o fim do século XIX. O traçado de suas ruas, somado às belíssimas árvores e ao ambiente andino, convida a explorá-la a pé ou de veículo.
Onde comer em Villa La Angostura?
Voltando ao centro de Villa La Angostura, caminhamos por toda a extensão da Av. Arrayanes, rua principal da cidade repleta de comércios e restaurantes. Para encerrar nosso dia escolhemos experimentar a pizza de La Tanita por indicação de alguns nativos. O ambiente é bem acolhedor e intimista, e a pizza estava ótima!
Roteiro 2º dia
Pegamos a Ruta 40 em direção ao sul rumo a El Bolsón. Para contemplar mais uma vista maravilhosa da Patagônia Argentina, paramos no Mirador Lago Mascardi. Lá você encontra o lago cristalino e montanhas nevadas ao redor.
Também paramos na comunidade Lof Huenchupan. Nessa parada, gostaríamos de ver Piletones de Río Manso e Cascatas, mas o local estava fechado para veículos, só sendo possível realizar a pé, e estava muito vazio. Novamente, por questões de segurança, optamos por não avançar nas trilhas.
Chegando próximo de El Bolsón, avistamos uma placa com indicativo de cataratas. Se em Huenchupan não foi possível, aqui conseguimos!
Visitamos a Catarata Mallin Ahogado e foi um passeio rápido e gostoso. É uma visita dispensável, caso sua programação já esteja bem cheia. Mas se estiver na sua rota, vale a pena conhecer e se conectar com a fauna e flora local.
Restaurante El Quincho
Próximo à Catarata Mallin Ahogado, encontramos o restaurante El Quincho. É um local tradicional situado na zona rural, não tendo sinal de internet. Ou seja, aceitam apenas dinheiro.
Quem nos recepcionou, e também preparou nossa refeição, foi o fundador do Parrilla de Campo El Quincho. Segundo ele, trabalha no local há mais de 30 anos. Pedimos um bife de chorizo e um cordero patagônico, especialidade da casa. Estava tudo maravilhoso: o local, a conversa e a comida!
Seguimos nossa viagem até El Bolsón. Esse é um destino pouco conhecido por turistas brasileiros, mas também tem diversas atrações. El Bolsón é um vilarejo pequeno, com menos restaurantes e menos preparo para receber viajantes do que comparado a Bariloche. Entretanto, assim como toda a região, possui diversas belezas naturais próximas.
Nós optamos por conhecer o Mirador del Azul que está localizado a caminho de Cabeza del Indio e também faz parte de Circuito Loma del Medio. O mirador é um local aberto no topo do morro com vista para o rio Azul. Depois fomos ao centro da cidade na Plaza Pagano onde ocorre terça, quinta e nos finais de semana e feriados a Feira Regional El Bolsón.
El Bolsón é um destino que ficou em nossa wishlist para ser explorado melhor em um segundo momento. Conversamos com alguns locais e recebemos diversas dicas de pousadas, passeios e muito mais.
Os dois dias que exploramos os lugares perto de Bariloche foram incríveis! Se é a sua primeira viagem até lá e o tempo está limitado, certamente vale a pena curtir somente Bariloche. Mas se é a sua segunda vez ou você tem mais tempo durante a viagem, vale a pena incluir esse roteiro. Conhecer lugares pouco turísticos é uma imersão cultural que não tem preço.
Curtiu o nosso roteiro? Deixe o seu comentário, queremos saber a sua opinião 🙂