Sumário
A vila turística de Quila Quina, às margens do Lago Lácar, é um dos destinos mais procurados de San Martín de los Andes. Neste post damos todas as dicas para você montar seu roteiro e planejar sua viagem!
Localizada junto ao Lago Lácar, a Villa Quila Quina tem os componentes ideais para seduzir os habitantes locais e os turistas: oferece esportes aquáticos, caminhadas, camping, gastronomia e muita natureza. Tudo isto a 30 minutos de barco saindo do porto de San Martín ou a apenas 18 quilômetros por boas estradas.
Quem optar pelo transporte de carro, deve saber que esta área pertencente à comunidade indígena Mapuche Curruhuinca e que terá uma panorâmica de cenários inesquecíveis. Mas é muito importante ter extrema cautela com o volante devido à estrada acidentada e cheia de curvas. Como curtimos as vistas esplêndidas da cordilheira e do Lácar na famosa Ruta 40 durante nossa viagem pela Ruta de los Siete Lagos, decidimos fazer esta viagem de barco!
Do cais de San Martín de los Andes, as embarcações partem para Quila Quina durante todo o dia, de domingo a domingo. Optamos pela empresa Naviera Lácar & Nonthue, a mais conceituada da cidade. Os horários de traslados são fixos e o valor do traslado inclui ida e volta. A entrada no Parque Nacional Lanín para público estrangeiro é paga, já para os residentes da região de San Martín de los Andes a entrada é gratuita. Sugerimos que verifique valores e horários mais próximos de sua data de embarque no site oficial.
O nosso barco não era muito grande, mas em compensação aparentou estar em ótimas condições e o trajeto foi todo super seguro e tranquilo. É a partir deste porto que podemos chegar também aos destinos de Hua Hum, Chachín e Isla Santa Teresita, super recomendados para quem vai passar mais tempo nesta região.
Mistérios e lendas antigas
O Lácar é cercado por mistérios e lendas antigas. Os Mapuches ancestrais afirmam que aqui vive um ser chamado “El Cuerito”, que parece um couro de ovelha e ataca quem se atreve a nadar nas águas mais profundas do lago. Claro que não existe nenhuma prova concreta destes “monstros marinhos”, mas os anciões contam estas histórias com tanta convicção que ninguém se atreve a contestá-los.
A intensidade que cada cor impõe nas encostas do Lácar é impressionante, uma verdadeira paleta que muda de acordo com a incidência de luz solar. O contraste entre luz e sombra também é surpreendente através da cortina de árvores. Nas bordas do lago podemos avistar o Vulcão do Colorado e o Cerro Sabana. À medida que nos movemos cruzamos cadeias de montanhas, avistamos as trilhas entre elas e nos impressionamos com a incrível variedade de árvores, entre as quais distinguimos robles, raulíes, ñires, lengas, coihues e ciprestes.
Quando vamos chegando mais próximos ao porto de Quila Quina ouvimos mais uma lenda local, agora sobre a encosta da Colina Abanico, que se funde em calhas vulcânicas com o Lácar. Dizem que nessas mesmas águas, em 1925, uma das mulheres mais idosas da comunidade Curruhuinca viu de perto um peixe com cabeça de touro e chifres dourados. Tudo isto torna esta viagem ainda mais interessante e mística.
Ao chegar no porto encontramos um restaurante que oferece o espaço ideal para descansar, com mesas na área interna ou então no amplo deck com vista para a paisagem. Aqui eles servem pratos clássicos da cozinha local como trutas, cervos e javali.
Como visitamos no inverno, baixa temporada em Quila Quina, praticamente tudo estava fechado. A dica é sair caminhando e pegar a estrada que passa em frente ao porto para seguir rumo à praia. Ao longo da costa do lago vamos admirando as construções. Este conjunto de casas residenciais teve sua origem em um loteamento que a Administração de Parques Nacionais realizou em 1942, na época expropriando os habitantes originais (Mapuches) e criando o Parque Nacional Lanín.
Os indígenas só conseguiram voltar a morar nesta região em 1949 e até hoje subsistem graças à criação de animais, plantações e venda de artesanato. Uma escola rural da comunidade funciona aqui durante o ano letivo, que vai de setembro a maio.
Em menos de 20 minutos de uma caminhada leve chegamos à praia La Puntilla, protegida dos ventos devido à sua cerca natural de ciprestes enormes. A dica aqui é ter cuidado, principalmente durante o outono e o inverno, quando a queda de galhos das árvores é frequente e pode machucar.
De volta ao cais, antes de retornar, pode-se aproveitar um pouco mais da vista privilegiada do Lácar. O lago se projeta para o vale, completamente diferente da paisagem que temos no porto de San Martín.
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O que usar
Se você visitar Quila Quina durante um período de frio intenso, indicamos o uso de botas forradas em lã. Indicamos também o uso de roupas segunda pele, pois elas contêm propriedades térmicas, tais como a retenção do calor corporal e expelem a umidade do corpo. Uma blusa segunda pele, um moletom térmico ou fleece térmico e um bom casaco com enchimento fazem a composição ideal. O frio está ameno? Dispense os casacos e combine uma blusa segunda pele com um colete térmico! Ah, não esqueça dos acessórios, eles são fundamentais!