Sumário
Montevidéu é um centro histórico lindo e muito bem conservado, imponentes prédios e palácios, a educação dos uruguaios, as deliciosas parrillas, museus… tudo que vamos reunir aqui em ótimas dicas para a sua viagem.
1. Walking tour em Montevidéu
Para começar o passeio, nada melhor que um guia que fala um bom e claro português. Sérgio Santana, o guia que está à frente da empresa “Bem-Vindo Brasileiros”, leva a uma deliciosa visita guiada pelas ruas da Cidade Velha, acrescentando informações que permitem enxergar Montevidéu com outros olhos.
O “walking tour” começa no principal marco da cidade, a Plaza Independencia, onde estão prédios emblemáticos como o Palácio Salvo, a Casa de Gobierno, a atual Presidência da República e o Mausoléu do General Artigas, o herói nacional.
- O passeio segue pelo calçadão Sarandi;
- Passa pelo Teatro Solis e pela Catedral de Montevidéu;
- Faz uma parada para provar um delicioso alfajor no Boutique de Chocolate Volveras a Mi;
- Terminando no Mercado del Puerto, onde as labaredas das parrillas parecem acender o apetite para devorar as suculentas carnes uruguaias.
Para evitar rasteiras do portunhol, nossa dica para quem quer experimentar um típico churrasco uruguaio é jamais pedir uma “parrillada”. Apesar de ser assada na parrilla, esse prato não tem nada de carnes nobres. São apenas miúdos, chouriços e partes menos gostosas…. Portanto, fica a dica!
2. Conhecendo o bairro Aguada
No bairro Aguada está o lindo Palácio Legislativo. Além da fachada monumental com bandeiras sempre agitadas pelo vento, o prédio tem visita guiada interna para explicar mais sobre a história política do país.
Nas vizinhanças do palácio, uma decepção: o Mercado Agrícola de Montevidéu (MAM), super elogiado pelos guias de turismo, mas com ares de shopping center que lhe roubam charme e encanto.
Dica de hospedagem
Quer um lugar descolado, super bem localizado, com funcionários fluentes em português, inglês, francês e alemão? A melhor pedida é o Rambler Hostel, com preço acessível e ótimo ambiente.
Quer saber como preparar uma expedição de inverno? Nós te ajudamos! Temos um guia exclusivo sobre o assunto, aproveite para conferir.
3. Explorando o Centro Histórico de Montevidéu
Dentro do óbvio e maravilhoso Centro Histórico de Montevidéu, destacamos duas atrações um pouco menos badaladas, mas que nos encantaram: o Palácio Taranco, que sedia o Museu de Artes Decorativas; e o Centro de Fotografia.
O Palácio Taranco
Situado em lugar estratégico na Cidade Velha, a estrutura começou a ser construída por ordem do Rei da Espanha, Felipe V, em 1724.
Após anos abandonado e parcialmente demolido, o terreno foi comprado pelos irmãos Ortiz de Taranco, em 1908. A intenção era erguerem uma residência com projeto arquitetônico dos franceses Charles Louis Girault e Jules Léon Chifflot (arquitetos do Arco do Triunfo, do Petit Palais de Paris e da Embaixada da França em Viena).
Com fachada e decoração interior em estilo eclético, o palácio é repleto de esculturas de bronze, mobiliário típico do período de Louis XV e XVI, pisos de carvalho de Versailles e peças de mármore italiano.
Com a morte de Félix Ortiz de Taranco em 1940, a família decide vender a residência e todo o mobiliário (com mais de duas mil peças) ao Estado, com a condição de que o espaço fosse transformado no atual Museu de Artes Decorativas. Uma atração gratuita que merece uma visita bem calma, com tempo para se maravilhar diante de cada detalhe.
Centro de Fotografia
O segundo achado da visita a Montevidéu foi o Centro de Fotografia, dono de um rico acervo de imagens sobre a construção da capital uruguaia.
Além das mostras permanentes, há exposições temporárias interessantíssimas, como a Ausências, sobre vítimas de desaparecimento durante o nebuloso período da ditadura militar; e a Vademecum, um curioso olhar sobre o uso de medicamentos por pessoas das mais variadas idades.
4. Aproveitando a gastronomia uruguaia
A comida no Uruguai é uma arte. E listamos aqui os três restaurantes que mais nos encantaram em Montevidéu — vale mencionar que são lugares com diferentes estilos e preços).
Francis Restaurant
Desde a educação e gentileza do proprietário Alberto Latarowski ao responder os e-mails de reserva de cada cliente até a incrível sobremesa, tudo nos pareceu impecável no Francis Restaurant.
Bem distante do Centro Histórico de Montevidéu, a unidade Carrasco da casa atrai um fiel público brasileiro. E a opção mais pedida por nossos conterrâneos é um menu degustação de sete passos, que oferece uma ótima oportunidade de provar vários pratos da casa, mesclando peixes, frutos-do-mar, massas e carnes em um só jantar.
A melhor parte é a sobremesa: mousse de doce de leite com amêndoas e chocolate.
Tandory Restaurant
Uma viagem pelas cozinhas do mundo com pratos típicos das Américas, Europa e Ásia… Essa é a ousada proposta do Tandory, coordenado pelo extrovertido chef Gabriel Coquel — que se desponta como um dos mais conceituados de Montevidéu.
Durante o dia, Gabriel se dedica ao preparo dos ingredientes. Já de noite, circula pelo salão, conversa com os clientes, apresenta a adega, sugere pratos e, aos mais curiosos, conta suas histórias de viajante e de cada souvenir que enfeita as paredes do Tandory.
Fugindo completamente da tradicional parrilla uruguaia, Gabriel faz os clientes viajarem com suas iguarias.
Restaurante Primuseum
No Centro Histórico de Montevidéu, mais de 300 fogareiros a querosene da marca sueca Primus enfeitam as paredes de um casarão datado de 1870. Eles servem de inspiração para o nome do Restaurante Primuseum.
As peças, colecionadas por mais de três décadas por Aldo Mazzoni, fazem parte de um rico acervo de antiguidades que hoje enchem de charme o restaurante comandado por seu filho, Santiago.
Mas não pense que a decoração é o único atrativo do local. Todas as noites, o Primuseum recebe um maravilhoso show de tango e, ao som de clássicos de Carlos Gardel e outros ícones da música disputada entre uruguaios e argentinos, um grupo seleto de clientes tem a oportunidade de provar pratos incríveis.
5. Viajando pelo interior do Uruguai
Bodega Bouza
A adega em formato de capela abriga um verdadeiro templo do vinho no Uruguai: a Bodega Bouza. A vinícola, um empreendimento familiar nos arredores de Montevidéu, preza pela qualidade em uma produção de pequena escala e, apesar de o primeiro vinho ter sido lançado há apenas quatro anos, sobram premiações e reconhecimentos internacionais.
Com 33 hectares de vinhedos espalhados por três regiões uruguaias, a Bodega Bouza produz 130 mil garrafas de vinho por ano de cinco variedades (os brancos Albariño e Chardonnay, e os tintos Tannat, Merlot e Tempranillo).
A colheita da uva acontece entre os meses de fevereiro e março. Dos oito quilos de uva produzidos em média por cada planta, apenas dois quilos são selecionados para a produção do vinho. Os outros seis quilos são sacrificados para virarem adubo e permitirem um crescimento mais expressivo dos outros frutos.
O modo de fabricação artesanal do vinho e todas as curiosidades do processo podem ser conhecidos em uma interessante visita guiada à vinícola. E, depois de passear por entre as plantações, laboratórios de fermentação e adega, vem a melhor hora! Degustar os vinhos harmonizados com pratos típicos da culinária uruguaia.
Colonia del Sacramento
Fundada pela Coroa Portuguesa em 1680 e alvo de disputas entre espanhóis e lusitanos por quase 100 anos, Colonia del Sacramento foi tombada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade e é um destino obrigatório para quem visita o Uruguai. Com um lindo casario histórico, ruas e becos calçados de pedra e um pôr-do-sol incrível nas margens do Rio da Prata, Colônia encanta e surpreende.
Sua rua mais famosa, a Calle de Los Suspiros (onde funcionavam casas de prostituição), é o ponto de partida para uma viagem à história da cidade. Dali, chega-se às ruínas da antiga muralha que cercava o vilarejo, com canhões e um imenso portão.
Na Plaza Mayor, shows de tango e apresentações culturais ocupam o espaço já usado para comércio de escravos, algodão e açúcar trazidos do Brasil. O farol e vários museus contam sobre a importância estratégica de Colônia como ponto de acesso a Buenos Aires (localizada na outra margem do Rio da Prata).
O passeio continua nos arredores da cidade, até chegar ao Complexo Turístico Real de San Carlos, erguido por um visionário argentino em 1908 com Praça de Touros, Cassino, Hotel e uma capela.
E, no caminho, a melhor pedida é esquentar o corpo com um chocolate quente típico do Uruguai: o submarino. Na La Beduina Deli & Café, a bebida é muito bem acompanhada por uma torta de chocolate meio amargo ou um bolo de cenoura e nozes, num ambiente de muito bom gosto.
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